Testículo
O testículo é o órgão reprodutor masculino responsável pela produção das células reprodutivas conhecidas como espermatozoides, também chamadas de gametas masculinos. Em mamíferos, eles ocorrem em pares e são protegidos externamente pelo escroto. Em algumas espécies, como répteis e animais marinhos, os testículos podem permanecer no interior do corpo. Além da produção de espermatozoides, os testículos também atuam como glândulas endócrinas, secretando hormônios masculinos. Sua função é homóloga à dos ovários nas fêmeas. Nos seres humanos, os testículos são suspensos pelos cordões espermáticos, que incluem vasos sanguíneos, linfáticos, nervos, músculo cremaster, epidídimo e canal deferente.
Tumor
A probabilidade de um homem desenvolver câncer testicular durante sua vida é de 0,4%. Este tipo de câncer é mais prevalente entre homens com idades entre 15 e 40 anos, especialmente na faixa etária dos 20 anos. O câncer testicular tem uma das taxas de cura mais altas de todos os cânceres, chegando a cerca de 90%, e 100% nos casos benignos. Mesmo em situações em que o câncer maligno se disseminou amplamente, a quimioterapia oferece uma taxa de cura de pelo menos 85%.
Dor testicular
A presença de dor no testículo é um sintoma que frequentemente gera ansiedade nos homens. Os testículos são órgãos extremamente sensíveis e até mesmo um leve trauma pode resultar em dor. Na maioria dos casos, a dor testicular não representa uma preocupação significativa; no entanto, existem algumas condições sérias relacionadas aos testículos que requerem atenção médica imediata, exigindo tratamento urgente.
Episódios de dor testicular devem ser avaliados por um urologista, especialmente aqueles acompanhados por sintomas adicionais, como febre ou aumento do tamanho da bolsa escrotal, pois estes são motivos de maior preocupação.
Anatomia dos testículos
Para compreender melhor as possíveis causas de dor nos testículos e na bolsa escrotal, é essencial conhecer as estruturas anatômicas que compõem esses órgãos.
Os testículos são formados dentro do abdômen e geralmente descem para o escroto antes do nascimento. No entanto, em cerca de 10% dos casos, um ou ambos os testículos podem permanecer no abdômen após o nascimento, condição conhecida como criptorquidia. Geralmente, até o primeiro ano de vida, o testículo ainda não descendido costuma migrar para o escroto.
Portanto, a localização correta dos testículos é dentro do escroto, fora do abdômen. Esta posição externa dos testículos permite que eles mantenham uma temperatura cerca de 2ºC mais baixa do que a temperatura corporal, o que é crucial para o seu bom funcionamento.
Os testículos não ficam soltos dentro do escroto, mas são suspensos pelo cordão espermático, uma estrutura que se origina dentro do abdômen e contém nervos, vasos sanguíneos, o canal deferente (que transporta os espermatozoides) e o músculo cremaster, responsável pelos movimentos involuntários dos testículos.
Acima dos testículos encontra-se o epidídimo, que armazena os espermatozoides produzidos pelos testículos. Tanto o cordão espermático quanto o epidídimo são facilmente palpáveis.
É comum que um dos testículos esteja mais pendente do que o outro, resultando em assimetria na bolsa escrotal. Além disso, é normal que haja uma pequena diferença de tamanho entre os testículos, mas uma diferença significativa pode indicar um problema subjacente.
Os testículos também podem se mover involuntariamente, subindo ou descendo para regular sua temperatura. Esses movimentos são controlados pelo músculo cremaster.
Causas de dor nos testículos
Há diversas causas para a dor nos testículos, algumas de pouca relevância clínica, enquanto outras exigem pronto atendimento devido à gravidade. Além disso, existem dores nos testículos que não têm origem diretamente no próprio testículo, como a dor irradiada causada por cálculos renais que migraram para a região inferior do trato urinário, certos casos de infecção urinária e hérnias inguinais, que ocorrem na área da virilha.
É comum que jovens adultos e adolescentes relatem uma leve dor testicular sem outros sintomas associados. Essa condição geralmente é inespecífica e tende a desaparecer com o tempo, muitas vezes sem que se consiga identificar uma causa específica.
No entanto, é importante investigar sempre os casos de dor testicular com um urologista, especialmente aqueles acompanhados de dor intensa e outros sintomas como febre ou inchaço da bolsa escrotal, pois podem indicar problemas mais sérios que requerem atenção médica imediata.
Vamos descrever a seguir as principais doenças que causam dor no testículos:
A varicocele é uma condição caracterizada pela dilatação das veias que drenam o sangue dos testículos, sendo comparável a varizes nas veias testiculares. Esta condição afeta até 15% da população adulta jovem, com o pico de incidência entre os 15 e 25 anos. Geralmente, a varicocele ocorre mais frequentemente no lado esquerdo da bolsa escrotal, afetando o testículo esquerdo. Um dos sintomas comuns da varicocele é a presença de dor, desconforto ou sensação de peso na região escrotal, que tende a piorar ao longo do dia e em situações onde permanecemos muito tempo sentados ou em pé.
Os testículos são extremamente sensíveis e qualquer trauma pode causar desconforto significativo. Na maioria das vezes, a dor é intensa, mas temporária, e tende a melhorar após alguns minutos. Em situações de traumas mais severos, como em acidentes de carro ou agressões, como chutes na bolsa escrotal, é possível que ocorram inchaços e hematomas (manchas roxas). Os casos mais graves ocorrem quando o impacto é tão intenso que resulta na ruptura do testículo, exigindo intervenção cirúrgica para reparação.
Epididimite é a denominação para a inflamação do epidídimo, muitas vezes decorrente de uma infecção. Em homens sexualmente ativos, a epididimite frequentemente é causada pelas bactérias Clamídia ou Gonococo, que são transmitidas sexualmente. Além disso, a bactéria E.coli, responsável por infecções urinárias, também pode ser uma causa comum. Sintomas como disúria (dor ao urinar), corrimento purulento pela uretra e/ou febre são comuns. Em alguns casos, pode ocorrer hematospermia (presença de sangue no sêmen). O tratamento da epididimite geralmente envolve o uso de antibióticos.
A orquite é uma condição inflamatória que afeta o testículo, frequentemente desencadeada por uma infecção viral. A causa mais comum de orquite é a infecção pelo vírus da caxumba. Além disso, infecções bacterianas podem também resultar em orquite, muitas vezes como uma complicação da epididimite. Os sintomas da orquite bacteriana são semelhantes aos da epididimite. Por outro lado, na orquite viral, como na caxumba, é comum observar dor testicular, vermelhidão e inchaço da bolsa escrotal, acompanhados por febre alta.
O câncer testicular é frequentemente considerado em pacientes com dor testicular, no entanto, é incomum que o câncer testicular seja a causa dessa dor. Tipicamente, o quadro clínico do câncer testicular se manifesta como uma massa palpável no testículo, geralmente assintomática. Embora ocasionalmente possa ocorrer dor ou desconforto na região escrotal, isso não é comum.
Após a vasectomia, alguns pacientes podem experimentar dor testicular devido ao acúmulo de espermatozoides no epidídimo, sem que haja ejaculação dos mesmos. Com o passar do tempo, os testículos interrompem a produção de novos espermatozoides e o corpo absorve os já armazenados, resultando em uma melhora gradual do quadro. Para obter mais informações sobre a vasectomia, consulte: VASECTOMIA | Cirurgia e reversão.





